O
QUE VEM A SER BIOCÍDIO?
Por
Fabiane Rocha
Conforme
o jornalista Jairo Marques, o professor Mário Sérgio Cortella já escreveu mais
de 40 livros sobre a valorização da vida, a ética e as diferenças entre as
pessoas. Agora que estamos em tempos de pandemia, ele lançou, no primeiro
semestre de 2020, o livro intitulado Diversidade: aprendendo a ser
humano. Eu recomendo a leitura desta obra pela importância das novas
sensações e significados que estamos vivenciando confinados em nossas casas e
em nossos espaços de trabalho. Instalou-se nas pessoas o medo do outro, como
aquele que pode nos transmitir um vírus mortal. Isto reduziu nossos
relacionamentos presenciais e aumentou o contato assíncrono.
Cortella
diz que o maior perigo no momento é pensarmos “que não existe perigo”. Sim,
existe todos os tipos de perigo. Filósofo, escritor, político, professor e
palestrante, ele fala sobre a violência humana, assassinatos e destruição do
ambiente onde vivemos. Estes fatos acentuaram-se com a chegada do coronavírus.
Precisamos aprender novamente a nos relacionarmos, e assim, construir a vida
coletiva.
Ele
usa o termo Biocídio, que eu desconhecia, e que
gostaria de falar sobre ele para meu grupo de pessoas do blog, meus colegas e
amigos. Esta palavra significa primeiramente crime contra animais e está
presente na Declaração Universal dos Direitos dos Animais de
1978. No artigo 11, está escrito: “O ato que leva à morte de um animal sem
necessidade é um biocídio, ou seja, um crime contra a vida”. O Professor
Cortella diz que o biocídio é um aniquilamento da vida em múltiplas
manifestações. As pessoas também são vítimas da destruição da vida, e do
Planeta, quer queiramos ou não. Nesta palavra fica evidente o significado do
desprezo, da rejeição, e este está atrelado aos preconceitos, atos de violência
e desrespeito pelo outro. Isto afeta a integridade psicológica e pode ser uma
emoção letal. Por isso, é importante dedicar tempo para refletirmos até que
ponto estamos cometendo pequenos biocídios no nosso cotidiano. Deste modo,
seremos capazes de estar mais alerta e de nos motivar para trabalhar sobre
nossa maturidade emocional em tempos de coronavírus.
Referências
CORTELLA,
Mário Sérgio. A diversidade: aprendendo a ser humano. São Paulo:
Littera, 2020.
<http://www.urca.br/ceua/arquivos/Os%20direitos%20dos%20animais%20UNESCO.pdf>.
Acesso em: 20 jul. 2020.
GEARINI,
Victória. Obra de Mario Sergio Cortella revela os impactos da polarização e
desinformação na era atual. Disponível em: < https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/historia-hoje/diversidade-aprendendo-ser-humano.phtml>.
Acesso em: 20 jul. 2020.
MARQUES,
Jairo. O trauma da pandemia não vai nos redimir', diz filósofo Mario
Sergio Cortella. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/04/o-trauma-da-pandemia-nao-vai-nos-redimir-diz-filosofo-mario-sergio-cortella.shtml>.
Acesso em: 20 jul. 2020.
UNESCO.
ONU. Declaração Universal dos Direitos dos Animais. Bruxelas,
Bélgica, 27 de janeiro de 1978. Disponível em:
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