Diferença
entre contratar e incluir pessoas com deficiência
Contratar
pessoas com deficiência é uma obrigação legal das empresas com 100 ou mais
funcionários que precisam atender a legislação de cotas vigente no Brasil.
Essas empresas devem reservar de 2% a 5% de suas vagas a profissionais com
deficiência, dependendo do seu porte, de acordo com as regras da lei nº
8.213/91. A lei de cotas é o principal instrumento de inclusão de PCDs no
mercado de trabalho formal,
contudo é uma obrigação que não garante necessariamente uma inclusão de
qualidade, já que sabemos que ainda grande parte das empresas contratam
candidatos com deficiência apenas para não serem multadas.
Incluir,
por outro lado, significa ir mais além do que simplesmente providenciar a
contratação exigida por lei. As empresas com atitude inclusiva dispõem de
mecanismos que permitam ao profissional com deficiência desempenhar atividades
equivalentes à sua formação, oferecer ambiente de trabalho livre de barreiras
estruturais e atitudinais, ter oportunidades de crescimento iguais aos demais
colaboradores e contar com a orientação de chefes ou profissionais
de recursos humanos para o suporte de possíveis dificuldades ou
limitações.
Inclusão
A
inclusão é pautada em valores éticos. Idealmente, o processo de inclusão
deveria direcionar os candidatos para vagas onde eles possam crescer e se
desenvolver profissionalmente – e não o que geralmente acontece: a reserva de
cargos pouco atrativos para as PCDs. “Quando o foco é bater a meta da cota, a
inclusão de pessoas com deficiência é encarada pela empresa como custo. Assim,
são destinadas as piores vagas a esses candidatos para que o custo de atender a
lei seja o mais baixo possível”, afirma Jaques Haber, sócio-diretor da
i.Social.
Jaques
também afirma que, ao oferecer uma vaga pouco atrativa, a empresa atrai uma
parcela mínima de candidatos que se interessam em ocupá-la e acaba perdendo a
oportunidade de contar com profissionais repletos de potencial que poderiam
contribuir, de fato, para os seus negócios. “Incluir” é uma forma de reconhecer
a igualdade entre as pessoas com e sem deficiência e promover a igualdade de
oportunidades para candidatos que, de um modo geral, têm mais dificuldades em
entrar no mercado de trabalho.
Quando
a inclusão é feita corretamente, fica perceptível que o trabalhador com
deficiência é tão produtivo quanto qualquer outro funcionário. No entanto, se a
empresa apenas o contrata, mas não oferece as ferramentas corretas que permitam
que ele exerça suas tarefas com excelência, a ideia preconceituosa que
permanece é a de que uma pessoa com deficiência é menos produtiva que os demais
colaboradores.
Ao
exercerem uma atividade remunerada, as pessoas com deficiência são mais
valorizadas, passam a se sentir mais úteis e, como consequência positiva,
tornam-se consumidoras, contribuindo progressivamente para a economia e para o
crescimento da empresa. Por isso é importante que a contratação de PCDs não
seja vista apenas como preenchimento da cota, mas sim como uma responsabilidade
social a fim de dar a essas pessoas o direito fundamental ao trabalho.
E
então, sua empresa contrata ou inclui pessoas com deficiência?
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