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quinta-feira, 9 de novembro de 2017

A inclusão de surdos na educação é fundamental para sua contratação no mercado de trabalho



 O tema da redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) desse ano foi “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”. Por um lado, a proposta de redação fez os estudantes inscritos refletirem sobre um importante assunto que faz – ou já fez – parte do dia a dia de 344,2 mil brasileiros surdos e propor uma intervenção, mas, por outro, mostrou uma dificuldade de abordagem sobre o tema.
A falta de informação prévia dada aos estudantes sobre o assunto, a falta de convívio com quem possui alguma perda da audição e, também, a exclusão que os surdos sentem na pele diariamente contribuem para que esse tema seja tão inusual (ou “invisível”) não apenas para os jovens que estão saindo do ensino médio, mas também para as empresas e a sociedade como um todo.
Com isso, chegamos a um questionamento: por que é tão difícil falar sobre a inclusão de surdos?
Segundo o Censo de 2010 realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 9,7 milhões de brasileiros possuem alguma forma de deficiência auditiva. Desse número, 2.147.366 milhões apresentam deficiência auditiva severa, situação em que há uma perda entre 70 e 90 decibéis (dB), e 344,2 mil são surdos.
Essa informação já apresenta uma das dúvidas dos estudantes: a diferença entre surdez e deficiência auditiva. A deficiência auditiva tem diferentes graus, indo da deficiência leve à severa, enquanto a surdez é a incapacidade de ouvir sons. Além disso, a surdez pode ter origem no nascimento da criança ou ser uma consequência de alguma lesão.

(Ainda de acordo com o Censo de 2010, cerca de um milhão de pessoas com deficiência auditiva são jovens com até 19 anos)
Quem é surdo desde o nascimento ou tem deficiência auditiva severa encontra mais dificuldades em se comunicar e até mesmo se alfabetizar e compreender o português como língua escrita. Por esse motivo, a comunicação em Língua Brasileira de Sinais (Libras) – considerada como sua “língua materna” e reconhecida no Brasil como meio legal de comunicação e expressão a partir de 2002 – é tão importante para uma verdadeira inclusão, seja nas escolas, na sociedade ou no mercado de trabalho.
Contudo, essa inclusão ainda depende de alguns complementos, como a presença de intérpretes na sala de aula, em palestras/seminários e no ambiente corporativo, por exemplo.
A inclusão de surdos no mercado de trabalho ainda é um desafio
O Enem cita um trecho da Lei Brasileira de Inclusão (LBI) que assegura à pessoa com deficiência o direito à educação. Essa importante legislação, que entrou em vigor no início de 2016, também aponta diretrizes e os direitos das PCDs em outras áreas. Dentre elas, o trabalho.
Pessoas com perda bilateral, parcial ou total da audição, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, fazem parte do grupo de candidatos que se enquadram na Lei de Cotas – legislação que determina que as empresas com 100 ou mais empregados estão obrigadas a preencher de 2% a 5% dos seus cargos com pessoas portadoras de deficiência.
De acordo com dados de 2015 da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), quase 80 mil pessoas com algum nível de surdez trabalham com carteira assinada no Brasil. Esse número demostra que a taxa de participação da pessoa com deficiência auditiva no mercado de trabalho ainda é muito baixa, especialmente se considerarmos o número total de deficientes auditivos no país.
No ambiente corporativo, além de medidas como a presença de um intérprete de libras (conforme apontado acima) e o estímulo a interação com os demais profissionais, as empresas também precisam se adaptar e/ou focar em intervenções, tecnológicas ou não, que podem melhorar o desempenho da PCD no trabalho, dado o fato de que essa também é uma medida prevista na Lei Brasileira de Inclusão.
Um exemplo de intervenção é o uso de tecnologias assistivas para surdos (recursos que contribuem para proporcionar ou ampliar suas habilidades funcionais): aparelhos para surdez, equipamentos (infravermelho, FM), telefones com teclado teletipo (TTY), sistemas com alerta táctil-visual, entre outras.

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