Parem de me chamar de PCD
Usar
uma sigla para identificar a pessoa com deficiência é tão errado quanto chamar
de 'mongoloide' que tem Síndrome de Down ou de 'aleijado' quem usa a cadeira de
rodas. É inaceitável, resume a pessoa à sua deficiência e fortalece a visão
estigmatizada, além de excluir e isolar. Se há um PCD, onde está a pessoa?
Luiz
Alexandre Souza Ventura
19
Outubro 2017 | 10h43
Pessoas
com deficiência são, acima de tudo, pessoas. Cidadãos com determinadas funções
do corpo que não estão plenas, mas sempre cidadãos. Homens, mulheres, crianças
e idosos que precisam de determinados recursos de acessibilidade, mas sempre
homens, mulheres, crianças e idosos. Gente que estuda, trabalha, passeia,
viaja, namora, faz sexo, comete erros, tem direitos e, principalmente, deveres,
mas sempre gente.
Eu
sou uma pessoa com deficiência, sou uma pessoa, sou gente. Não sou, de maneira
nenhuma, deficiente, alguém especial e, mais do que qualquer outra
identificação, não sou PCD.
Usar
determinados termos e abandonar outros tantos quando se pretende identificar ou
definir pessoas com deficiência não tem base em uma prática politicamente
correta ou em um preciosismo de quem aborda o assunto. A maior função dessa
insistência é ampliar conhecimento.
É
o conhecimento que nos permite compreender com mais abrangência e profundidade
o ambiente que nos cerca. É o caminho para a evolução, que nos permite vencer
os limites impostos pela ignorância (a falta de saber), ampliar nossa
observação e, fundamentalmente, aceitar a diversidade como pertinente à
sociedade.
Eu
não deixo de ser quem sou porque tenho deficiências, porque meu corpo não tem
todas as suas funções em plena atividade. E você não deixa de ser quem é se
algo em seu corpo não funciona como é esperado.
Eu
e você somos pessoas, com ou sem deficiências. Não há definição mais simples.
Não há explicação mais acertada.
Insisto
na reavaliação constante das informações usadas quando pessoas com deficiência
fazem parte da história. Porque o desconhecimento leva ao preconceito, que
resulta na exclusão.
Por
favor, parem de me chamar de PCD. É uma identificação excludente e isoladora.
Aprisiona pessoas com deficiência em uma redoma e mantém sob uma capa de
invisibilidade, as mesmas que lutamos para destruir todos os dias.
Meu nome é Rodrigo possuo uma deficiência física hemiparesia em virtude de uma vez e sofrido a 18 anos atrás. desde então tenho Experienciado uma forma d de existir que ampliou em muito minhas percepções de forma que nesse período pode eu mesmo decidir algumas vezes em consonância com os termos já existentes na Cultura, outras vezes no mais perfeito antagonismo a esses termos cunhados na maioria das vezes sem a participação efetiva, e nem a opinião qualificada, daqueles que mais são afetados pelo uso de Tais termos. já feita as devidas apresentações quero a partir de agora enumerar os motivos Pelos quais não gosto do uso da nomenclatura pcd para me identificar.
ResponderExcluirprimeiro por causa da flor idade que me lembra o nome de remédio, em especial muito usado no início do tratamento mais no Brasil, a saber, AZT.
tenho também uma resistência algum uso da nomenclatura PCD, pelo fato de que ela confere aqueles a quem por meio dela se pretende identificar, uma destruição a meu ver intencional daquela complexidade que é própria dos seres humanos. uma pessoa na nossa condição nada mais quer do quê afirmar Nossa natural humanidade, e não a meio melhor de fazê-lo, do quê ser reconhecido, ainda que no campo da linguagem como mais humano, com todas suas potencialidades, e mazelas.
Ao usar uma sigla tão desumanizadora quanto essa, o que acontece é que no imaginário social, acabamos alocados na mesma categoria dos objetos das coisas, e seres inanimados, logo, pessoas a quem pode se privar da visibilidade e dignidade que naturalmente direcionamos aos seres humanos como algo que lhe é próprio.
Rodrigo Marcelino