Há
quem pense que Paralisia Cerebral é uma doença, mas engana-se, Paralisia
Cerebral é uma condição especial.
Paralisia
Cerebral é uma deficiência motora ocasionada por uma lesão no cérebro. Quando
se diz que que uma criança tem Paralisia Cerebral significa que existe um
déficit motor consequente da lesão no cérebro, quando este ainda
não estava completamente bem desenvolvido. Não significa que
o cérebro ficou paralisado ,o que acontece é que ele não comanda
corretamente os movimentos do corpo. Não envia ordens adequadas para os
músculos, por conta da lesão sofrida.
A
Paralisia Cerebral também conhecida como
Anóxia neonatal ocorre, antes, durante ou logo após o parto e quase sempre é
resultado da falta de oxigenação do cérebro.
Na
criança com Paralisia cerebral pode se perceber como dificuldades típicas as
seguintes caraterísticas :
·
Alteração no desenvolvimento motor
ao andar ;
·
Usar as mãos para comer;
·
Ao escrever;
·
Ao se equilibrar, ao falar, ao olhar.
·
Ou qualquer outra atividade que exija
controle do corpo e coordenação motora adequada, assim como comprometimentos das
funções neurovegetativas (sucção, mastigação e deglutição)
·
Dificuldades sensoriais e intelectuais,
·
Dificuldades para ver e ouvir, perceber
as formas e texturas dos objetos com as mãos.
·
Afeta a noção de distância, direita e
esquerda e de espaço.
Existem algumas classificações por tipo
clínico para entender melhor como cada criança
se apresenta:
Esta
classificação tenta especificar o tipo da alteração de movimento que a criança
apresenta:
1
- Espástica: Os músculos são muitos tensos, o que
limita ou impossibilita os movimentos do corpo. A criança espástica é dura demais
para mover-se, todo movimento é lento e exige um grande esforço. É o tipo mais
comum de paralisia cerebral;
2
- Extrapiramidal: A lesão ocorreu em uma região do
cérebro chamada núcleos da base. Os músculos possuem um grau de tensão
variável, o que resulta em uma realização de movimentos indesejáveis,
involuntários. É o segundo tipo mais comum de paralisia cerebral e pode ser
dividido em:
2.1
- Atetóide: Há variação no grau de tensão dos
músculos das extremidades do corpo (em relação aos braços, essa variação ocorre
nas mãos), levando à realização de movimentos lentos, contínuos e indesejáveis,
que são muito difíceis de dosar e controlar. A criança atetóide tem grande
dificuldade de realizar o movimento voluntário e manter a mesma postura por
muito tempo;
2.2
- Coréico: Há variação no grau de tensão dos músculos das
raízes dos membros (em relação ao braço, esta variação ocorre nos ombros),
levando à realização de movimentos rápidos e indesejáveis. A criança coréica
pode ter dificuldade para realizar o movimento voluntário;
2.3
- Distônico: Há um aumento repentino da tensão do
músculo, levando à fixação temporária de um segmento do corpo em uma postura
extrema;
3
- Atáxico: A lesão ocorreu em uma região do cérebro
chamada cerebelo, responsável, entre outras coisas, pelo equilíbrio. Os
movimentos são incoordenados e bruscos. Pode haver a presença de um certo
tremor. A criança atáxica tem dificuldade em manter uma postura parada. É um
tipo raro de paralisia cerebral.
Cabe
ressaltar que é muito comum haver uma combinação desses tipos de paralisia
cerebral apresentados, caracterizando o que alguns autores chamam de paralisia
cerebral mista.
Dependendo
da localização do corpo que foi afetada, os tipos abaixo apresentam subdivisões
que poderíamos chamar de anatômicas:
A
classificação por severidade do comprometimento motor, isto é, leve, moderado e
severo ou grave, é geralmente usada em combinação com a classificação anatômica
e a clínica: por exemplo, hemiparesia espástica grave (SOUZA & FERRARETTO,
1998).
2.2
Perfil da criança paralisada cerebral em relação ao processo de desenvolvimento
O
desenvolvimento global de uma criança acometida por lesões cerebrais será mais
lento em todos os aspectos.
Quando
imaginamos o “fazer” da criança, logo pensamos no seu brincar. O brincar é o
meio pelo qual a criança constrói, executa, aprende. A criança com paralisia
cerebral, como consequência da sua incapacidade de movimentar-se, de explorar o
ambiente etc. terá muita dificuldade para esse brincar, sendo assim, seu
construir, executar, aprender ficam prejudicados. Segundo Piaget, nossa
capacidade de explorar fisicamente os objetos faz com que classifiquemos e
estabeleçamos uma ordem entre eles.
Devemos
então propiciar os momentos do brincar tornando-o facilitador para essas
crianças, interagindo com elas como sendo parte ou extensão do seu próprio
corpo.
O importante é
estimular sempre em tudo?Não fazer por ela e sim com ela.
No próximo tópico vou
falar sobre a Estimulação Essencial e como funciona, aguardem.
Até a Próxima...
BRAGA, L.W. Cognição e paralisia cerebral - Piaget e Vygotsky em questão. Salvador: SarahLetras, 1995
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