CAPACITISMO E NEURODIVERSIDADE
Capacitismo é toda e qualquer humilhação e segregação investida contra as pessoas com deficiência e neurodivergentes. Esses grupos têm o estigma de serem vítimas de abordagens negativas como xingamentos e expostas a constrangimentos ofensivos e humilhantes desnecessários como inválido, incapaz, louco, doido, aleijado, e muitos outros utilizados.
Em inglês (Ableism), o
termo é usado como um modo de discriminação e de preconceitos para com as
pessoas com deficiência, consideradas inferiores se comparadas àquelas que não
possuem deficiências. O termo aproxima-se de outros como racismo (discriminação
pela cor da pele), escolhidos para caracterizar e segregar pessoas como foi
feito no Regime Nazista e no movimento de eugenia do início do século XX.
Existem muitas maneiras
de ser complacentes com estas ideias, como por exemplo a segregação em
instituições, a falta de acessibilidade, de sinalização para cegos, de
interprete de libras, de acomodações adequadas para sanitários, o não convite
para festas, a criação de personagens de histórias, filmes e vídeos e mídias em
geral, tratar a pessoa como se ela fosse uma criança quando ela é um adulto,
fazer perguntas invasivas, comparar, acusar dentre outras.
Estas micro agressões,
se sentidas diariamente pelas pessoas, acarreta em depressão e estimula o
pensamento negativo, o isolamento, e reduz a coragem do indivíduo. Todos precisam
de conforto, palavras de estímulo para viver, e nunca se saber o que realmente
alguém necessita. Por isso, é preciso conversar, ajudar nas decisões, e
aprender sempre com o outro. Lidar com as resistências, mudanças de
comportamento
Segundo a socióloga australiana
Judy Singer (1990), em sua tese de doutorado, a qual posteriormente se
transformou no livro Neurodiversity; the
birth of na idea, o desenvolvimento neurológico que é considerado atípico é
o neurodivergente, o qual não segue os padrões de normalidade aceitos pela
sociedade. Uma vez que seja aceita esta ideia, a diversidade neurológica humana
seria parte constitutiva da espécie da organização social, em vez de ser um
elemento para desqualificar pessoas. Ela introduz um novo paradigma para a
perspectiva dos direitos das pessoas com deficiência.
A neurodiversidade é um conceito que afirma ter diferentes
maneiras de encarar o desenvolvimento neurológico. Ela deveria ser respeitada
como uma categoria social, embora seja bem complexo destruir conceitos
solidificados. Segundo seus defensores, a pressuposição da existência de um
padrão de normalidade neurológica afasta os grupos divergentes, por meio da
opressão, dos grupos neuro-tipos “normais”. O grupo de autistas, bem como as
pessoas com déficit de atenção, transtornos de humor, dislexia, hiperatividade não
possuem poder, representatividade e acesso social.
Habilidades e
necessidades podem definir perfis diversos. Há autores que questionam esta
abordagem focada no aspecto da normalidade, porque ela não contempla grupos de
pessoas que enfrentam casos clínicos mais complexos. Além disso, existem
atitudes estereotipadas de discriminação, marginalização e invisibilidade. Os
preconceitos contra as pessoas com deficiência nascem nos padrões de
normalidade do corpo, e a intolerância para com a diversidade corporal. Existe
o termo “corpornormatividade”, que exprime esta noção da confecção de modelos.
No decreto federal
brasileiro, nº 6.949, de 25 de agosto de 2009, que promulga a Convenção
Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, admite-se que há
diferença entre as pessoas, as quais precisam ser aceitas, pois a deficiência faz
parte da diversidade humana e da humanidade. Todos podem conviver juntos na
sociedade, sem menosprezar ou supervalorizar pessoas. A capacidade de se fazer
coisas segue ritmos e modos diversos, e as pessoas podem promover a capacitação
neural afastando-se do capacitismo.
Referências
Singer, J. (2016). NeuroDiversity: the birth of an idea. Disponível em: <https://www.amazon.com/NeuroDiversity-Birth-Idea-Judy-Singer-ebook/dp/B01HY0QTEE/ref=sr_1_1?s=fiona-hardware&ie=UTF8&qid=1469407620&sr=8-1&keywords=judy+singer+neurodiversity#navbar>.
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