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terça-feira, 28 de novembro de 2017

Pessoas com deficiência (PCD) ou Empresas com deficiência (ECD)?

Pessoas com deficiência (PCD) ou Empresas com deficiência (ECD)?
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"Todos somos deficientes no sentido de conseguir realizar tarefas ou possuir competências. Ou você conhece alguém que consegue realizar toda e qualquer atividade?”

Trago neste artigo algumas reflexões sobre a importância de pessoas com deficiência nas empresas, bem como a obrigatoriedade da contratação desses profissionais.
Inicio apontando a importância da existência de cotas de profissionais com deficiência: nunca me senti discriminado em entrevistas ou dinâmicas de processos seletivos, mas sei também que os recrutadores preconceituosos possuem uma vasta quantidade de artimanhas para esconder suas reais opiniões e o seu real olhar sobre profissionais deficientes.
Em um segundo momento, façamos a reflexão sobre a inclusão de profissionais deficientes nas empresas. Juntando todas as conversas informais que fiz a respeito do assunto ao longo de minha vida e carreira profissional, cheguei à conclusão de que somos agentes naturais, pela própria condição física e/ou psíquica diferenciada, de mudanças.
A própria existência do profissional deficiente dentro de uma empresa quebra diversos tabus de uma sociedade que, há não muito tempo, escondia e se envergonhava destas pessoas e que ainda carrega este estigma em sua cultura. Quando o profissional com deficiência mostra suas competências com o desenvolvimento suas atividades rotineiras – com adaptações ou não –, ele se torna um agente de quebras de paradigmas que estão muitas vezes incutidos no inconsciente de quem o observa.
Eu demonstro essa ideia quando recebo perguntas sobre competências que não têm quaisquer interferências de minha deficiência. Faz algum sentido perguntar para uma pessoa que não possui um braço se ele consegue jogar futebol? Parece incabível escrevendo nesse artigo, mas quando escuto esse tipo de pergunta, vejo que as pessoas ainda possuem esse tipo de dúvida sobre o desempenho de profissionais com deficiência e, inclusive, sobre suas próprias competências.
Através da própria estimação “profissional com deficiência”, os profissionais “sem deficiência” passam a enxergar suas deficiências. Parece contraditório, mas afirmo isso, pois todos, sem exceção, somos deficientes no sentido de conseguir realizar tarefas ou possuir competências. Ou você conhece alguém que consegue realizar toda e qualquer atividade?
Essa constatação é de extrema importância para mudanças, pois o primeiro passo para se transpor uma barreira, uma deficiência ou um problema é admitir sua existência. O profissional com deficiência naturalmente faz seu “observador” dar o primeiro passo para uma mudança que o fará um funcionário melhor, admitindo para si uma barreira, uma deficiência ou um problema.
Lógico que essa visão otimista dependerá da forma como a equipe e a empresa enxergam esse profissional. Uma empresa que contrata apenas para cumprimento de cotas aponta um forte indício que este profissional não será um agente de mudança e poderá, inclusive, transformá-lo num agente de inalterabilidade de seus funcionários. Dentro de uma realidade de competição e constantes mudanças de mercado, é um “tiro no pé”, ou seja, uma mostra do quão essa empresa é uma Empresa com Deficiência.
O texto acima foi publicado originalmente no LinkedIn Pulse pelo Engenheiro de Materiais Maurício Lordello Cortez. A opinião expressa no artigo não condiz necessariamente com a opinião da i.Social. Acesse o artigo original diretamente neste link: Empresa com Deficiência (ECD).


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